Gasolina teve 115 reajustes de julho
a dezembro, e preço subiu 25%
O Globo
Marcello
Corrêa
11/01/2018 – No ano em que os preços dos alimentos deram um descanso
para o bolso do brasileiro, os combustíveis pesaram nas contas. No meio do ano,
a Petrobras anunciou uma nova política de reajuste de preços, seguindo mais de
perto as flutuações da cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
Com isso, de 3 julho a 28 de dezembro — último dia da coleta de dados para o
IPCA de dezembro —, os valores da gasolina foram alterados 115 vezes,
acumulando um total de 25,49% nos últimos seis meses.
De acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira, em 2017, só a
gasolina acumulou alta de 10,32% — o segundo maior impacto no IPCA. O produto
tem peso de 4% sobre o orçamento das famílias, mais que o feijão, o arroz e o
pão francês, por exemplo.
Além da mudança na política de preços da Petrobras, contribuiu para essa
alta o reajuste pelo governo, em julho, da alíquota de PIS/Cofins sobre os
combustíveis. Na gasolina, por exemplo, passou de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 por
litro. No Rio, já há postos que cobram mais que R$ 5 pelo litro de gasolina.
‘Energia é incógnita’
Assim como o combustível, outros produtos monitorados — ou seja, aqueles
cujos preços são regulados pelo governo — deram dor de cabeça para os
brasileiros. O plano de saúde subiu 13,53%, tornando-se o principal impacto
para cima do ano, enquanto a energia elétrica avançou 10,35%. Dos dez itens que
mais subiram em 2017, sete são monitorados.
A conta de luz ficou mais cara, em parte por causa das bandeiras
tarifárias. Em 2017, só três meses (janeiro, fevereiro e junho) ficaram com
bandeira verde, isto é, sem cobrança extra na conta. Este mês, a bandeira
começou vermelha, passando depois a verde graças ao aumento das chuvas nos
reservatórios. O gás de botijão (16%) e a taxa de água e esgoto (10,52%) também
ficaram mais caros.
Na avaliação do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de
Economia (Ibre/FGV), a expectativa é que esse grupo de produtos e serviços
fique menos salgado em 2018.
– Os preços monitorados devem subir menos em 2018. Eles fecharam em
7,99% e, agora, podem encerrar em torno de 5,5%. A energia é a grande
incógnita, que pode frustrar essa expectativa. A passagem de bandeira vermelha
para verde é uma sinalização positiva. Agora, ela tem que ser sustentável, as
chuvas têm que continuar pingando por aí. Se os níveis dos reservatórios não se
recuperarem, podemos ter um encarecimento da energia – destaca o especialista.
Para janeiro, já há a expectativa de novas altas desses preços. No Rio,
Belém, Campo Grande e Fortaleza, o resultado deste mês deve sentir o efeito dos
reajustes nas taxas de água e esgoto. O aumento de 5,26% nas tarifas de trens,
metrôs e ônibus de São Paulo, anunciado no dia 7 de janeiro, é outro impacto
esperado para a inflação de janeiro
Preços da gasolina e diesel sobem
mais uma vez na semana
Portal
UDOP
Camila Lemos
11/01/2018 – Nesta quinta-feira (11), a Petrobras informou mais um
aumento dos preços dos combustíveis fósseis na semana. A partir de amanhã
(12), o valor do litro da gasolina terá valorização de 1,4% e o diesel de 0,7%,
nas refinarias da estatal. A correção faz parte da nova política de preços
adotada pela empresa desde julho, que prevê ajustes diários, de acordo com as
cotações internacionais da commodity e as variações do dólar.